sábado, março 31

Not for Sale

Gitarač critica algumas mulheres que ficam com homens só pelo dinheiro.

Para ser liberal não é preciso se vender.

Pelinja é uma forma de passar para a fonética croata uma palavra que para mim é sinônimo de "bost"

Not for Sale

Pelinja says:

C'mon girl stay with me

I' ve got all that you need

I've got more than 9000 greens

Biggest concentration of #50 I've seen

So what are you waitin' for

Come on and be sure you´ll have way more


Suzana says:

I'll tell ya why I'm waitin' for

Hey you stupid I'm not a whore

I don't want your money you dumb

I want love do you have some

Oh no another one of those men

Nothing against receiving gems

But only this is not enough

Material dreams fail without love

Do you know what I'm talkin' 'bout

I have my bucks too so get out


Go away rich dad's son

I don't want your money you dumb

I want someone who gives me protection

And specially who gives me affection

If I wanted fun I'd party with my fans

But now I want a serious man

Not one who tries to buy me

If you told me I'd let you try me

But you've been bad and don't deserve it

You stupid don't you know you've hurt me


If I wanna have fun

I'll have some

I am not for sale

Don't say what you don't

You won't hear what you don't want

I am not for sale

You won't buy me with pearls

You won't buy this girl

I am not for sale


Pelinja says:

C'mon girl don't be fool

I'm sharin' all with you

Lots of greens for your delight

I can see the bright in your eyes

So what are you waitin' for

Come on and be sure you'll have way more


Suzana says:

I don't care 'bout you have but what you feel

Could seem a beautiful pair but it ain't real

How can a piece of paper worth so much

People lose their minds for a few bucks

In beginning you think she's likin' you

A few weeks she can't stop fightin' with you

The end you know I don't need to tell you how

It won't be good there's still a doubt

But now is late your soul have been sold out

Just a few weeks and it's all over oh wow


Money

The more they have it

The more they want it

The less they have it

The more they want it


Pelinja says:

I have it too but all I want is you


Suzana says:

If I wanna have fun

I'll have some

I am not for sale

Don't say what you don't

You won't hear what you don't want

I am not for sale

Dollars won't buy me

This collar uh just let me try it

But I'm not for sale

I ain't I ain't gonna change my mind

Not even a test drive



Carlos Eduardo Andrade Lima

A solidão e a Covardia

Escondidas na sombria vida estamos eu e você

Solidão e covardia, que bela dupla fazemos

Será que voaremos nesses nossos momentos

E mesmo que voemos, será sempre esse vôo cego.

Casal da diferença que se parece. Dupla do tato!

Nas noites, na cama, quando nos deitamos

Nos procuramos e num embate de corpos candentes de fúria

Desejo te ver, te sentir, mas dá um medo, covardia.

Não consegue enxergar a oportunidade do novo dia.

Santa paz? Que nada! Santa agonia, santa paciência. Que espera!


Eu me afundo num negro mar de omissões, saudades e submissões, solidão.

Essa sou eu, esse sou eu. Fadado ao desprezo, num desvelo

Noites de vela em busca de apenas um toque seu.

Sem juízo, sem remorso, mas não há solidão sem culpa, sem ódio

Meu trágico destino, mas por quê não dizer nosso?

O que dirão de semelhante par?

Longe estou para saber, fora da órbita normal, sozinho

Certamente o mais lindo par do mundo, embora seja na minha opinião

Par de vagabundos, desnudos, fracos, estúpidos, sem vida, sem escúpulos

Mas ainda em noite que não clareia o nosso amor nos incendeia.

28.03.07

12:07 (noite)

João Claudio de Lima Júnior

Pra alguém não tão especial

Sou só mais uma, das que você

diz tudo bem? e vai embora

Diz-me amor e joga fora?



Mais uma das que caíram na sua

(nesse jeito de gostar que insinua)

que apenas lamenta que não tenha

visto, que sereis meu é uma lenda

que nem se eu for perfeita te

conquisto.



Uma das muitas que te quis mas sabe

que amar sozinha não é o tipo

desejado de felicidade.



Por isso tenho coragem digo a você

um dia serás apenas saudade mesmo

quando eu te ver e sentir-me tentada

a largar-me da realidade, a perder-me

outra vez em teus sonhos.



Amar você seria perder meu completo juízo

abraçar-me de vez a insanidade afinal de contas

você ainda não me disse...o que fomos na verdade?



Ana Carolina F de Paula.1° período - história

Fora de controle

Ela me carrega para onde não quero ir

Todos os dias, incansavelmente, manifestação

Do que a loucura quer viver, frustração

Pela prisão onde a mantenho quieta; fugir

Tento eu conceber; sobriamente, assisto

Enquanto ela se debate, num misto

De agonia, tormento, sofreguidão


O apelo é forte, encontra o ponto fraco

Nessa luta de forças, a derrota quase

Encontra o caminho da vitória, fase

Em que tudo parece perdido; estaco

Esperando, desolado, o resultado da batalha

Travada, sanguinária, que retalha

E traz a mim o que deixei para ela

André Luis :[ Letras, 2º período, CAN/Noite ]:

domingo, março 18

Pré-Erupção


"Bip, bip, bip"…

Meu pensar

Infinidades e infinitudes

Elocubrações enfermas

Pressão no centro do peito



O pensamento doesn't stop

O pensamento can't stop

É vento de brisa, mansinho

É chato, doente, é frio.



Pensamento é como seu pai

É a face oculta do homem revelado

Dos olhos e da boca gotas escorrem

Vermelhas, quentes, são lavas



Vulcão adormecido no peito

Enquanto isso apenas lágrimas salgadas

Intocável, indolor, cerrado

Resultado de crostas de antigas dores



Até quando oculto estarás?

Olhe para os quadros de Kahlo

Sua vida, sua dor, sua arte

Até quando te esconderás?



Nessas linhas começa a estremecer

Nos versos se há de mostrar

A morte, o poeta, o vulcão a explodir

Muita gente vai partir



As fronteiras vão se estender...

"Biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiip"
Joao Claudio de Lima Junior

A palavra que se repete

O amor é olhar e ver, sentir e pressentir

Sem nada dizer, tudo se entender

O verdadeiro se compreende, atende aos desejos

Até a alguns meio sórdidos.

O amor se preocupa, se ocupa do banal, do trivial

Faz coisas insanas, chama atenção, chora

E ri, ri de gargalhar, de fazer cair no chão

Também se lamenta. Ah! E como se lamenta!

O amor não é só isso, não pode ser

coisa abstrata, ingrata e incondicional

O amor trabalha com homens, humanos

Homens, humanos, são burros, somos muito burros!

O amor precisa entender, que ele precisa mesmo é

Simplesmente dizer.

É necessário fazer, mostrar, pedir, jogar na cara

O amor precisa parar de se repetir.

Para o amor não tem fórmula

O melhor é não ter regras,

Mas é preciso ter ética,

Mas o que será a ética do amar?

Será que o amor se esgota?

Não sei, para o amor nem há respostas

Só sei que essa palavra se repete e ninguém a entende

Já não sei se quero entender, mas quero um amor que não me deixe mais sofrer.

João Claudio de Lima Júnior

Metástase

Olhos fechados. Dei as costas para a vida, não quero ouvi-la respirar. O mundo tem estado em ruínas por estes dias, lentamente as paredes e o céu desmoronam e as cinzas se espalham pelo ar. Desabando a cada segundo, a cada grão que cai na ampulheta. Desmontamo-nos de nossos restos de suspiros, pulsações e alegrias tristes. Nossa máscara pálida e manchada não esconde mais o interior pútrido de nossa natureza.

Olhamos para o céu cinzento, pela janela sem vidro que embaça ao arfar de nosso hálito ácido. Nos trancafiamos em nossas torres com nossas trancas enferrujadas, pintando nossos anseios com o pó dos escombros de nós mesmos. Perde-se o que nunca se teve, escorrendo pelos dedos como areia e desfazendo-se ao vento como vapor. Nos atiramos em fogueiras, mas a carne não queima, apenas por dentro secamos, um deserto desbotado e tão silencioso quanto uma repetição de estrondos que se perdem no eco. A garganta se contorce com as entranhas, o coração atrofiado, mesmo assim se espreme, dilata e bombeia essa fumaça negra. Qual é a pergunta? Qual é a resposta? Olhe no espelho trincado bem dentro dos seus olhos opacos e procure. Tudo que está escrito é verdade. Na verdade, a verdade não existe.

Acho que meu presente caiu. Caiu no abismo e se quebrou.



Su, Letras, 1º Período, Candelária

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Cântico de Morte

Possuir-te-ei

Meu braço te paralisará

Consumir-te-ei

Meu canino te sugará

Dizimar-te-ei

Minha força te destroçará

Arrependimento não te salva

Minha querida Dalva!

André Luis :: Letras, CAN/Noite :: 2º período :[

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sábado, março 10

Amor



Entorpecida é assim que me sinto
perdida entre as sinas do amor e
seus riscos.

Totalmente voltada pras suas vontades
desejando profundamente que também
queira a minha felicidade

Pensamentos voando e voltando sem respostas
querendo que não seja apenas um jogo, mais
uma aposta.

Entorpecida sem conseguir distinguir vida e
sonho, tem certeza que preciso dizer que te amo?

Ana Carolina F.de Paula-1°período-História

quarta-feira, março 7

+ Poesia

NESTE MUNDO DERRADEIRO
ENCONTRO-ME PERAMBULANDO
COM DESTINO CORRIQUEIRO
SEM RUMO CAMINHANDO
ENTREGO-ME POR INTEIRO
ALMA E CORPO SANGRANDO
A VELHA DAMA ESPREITARA
MINHA VIDA SEPULTARA

André Luis - 2º Período - Letras

segunda-feira, março 5

Vida


Quero ver o espaço vazio entre as estrelas

Quero sentir o gosto do sangue na boca

Quero ter fome e saciá-la também

Quero ser êxtase e provocar êxtase

Quero ter prazer e dá-lo na mesma medida

Quero fazer uma música

Quero inventar novas palavras

Quero ser um símbolo de coisa qualquer

Quero chorar todas as lágrimas do mundo

Quero ser sujeito indeterminado

Quero uma marca com meu nome

Quero ser doador de orgãos

Quero me deixar levar

Quero me embebedar

Quero confessar que amo

Quero me arrepender e voltar atrás

Quero ser o maior mentiroso que o mundo já viu

Quero ser avô

Quero ficar a sós com a solidão

Quero ir a duzentos por hora

Quero fazer Bungee Jump

Quero correr na São Silvestre

Quero falar no mínimo cinco idiomas

Quero ser poeta

Quero ouvir a voz de Deus

Quero viver...

Com paixão...

Pra valer...

Quero a vida!

Diego Froes

Poemas Poemas Poemas

Esse é um pequeno poema que quando eu fiz eu tinha uma pessoa em mente, mas acho que pode ser para qualquer pessoa querida:


Rolei, não conseguia dormir

Pensando em ti

Até que finalmente adormeci

Pensando em ti

Com os anjos dormi

Sonhando com ti

Da minha tristeza me despedi

Sonhando com ti

Acordei e percebi

Você não está aqui

Acordei e percebi

Preciso de ti


Esse outro eu fiz porque precisava desabafar comigo mesmo:


O amor não é um jogo

Por isso não aprendi a jogar

Sentimentos presos em pensamentos

Vou deixar o coração falar

Vou deixar de ser fraco

Vou colocar a cara e enfrentar


Esse é sobre uma personagem de uma estória minha, uma música croata, Suzana Gitarac. Aqui é supostamente um acontecimento de seus 15 anos:


Suzana’s First Kiss (From my teenager diary)

Travelin’ nowhere in the blindmen’s ship

Afraid of destroyin’ a fine friendship

I landed and I realized I’ve got to risk it

Then I called him to eat some biscuits

Actually I guess it was cookies

Biscuit or cookie ask who cook it

All I know is I didn’t cook’em

I just “hey mom, are you cookin’?

My friend’s comin’ could you cook some boy stuff?”

Well I can´t copy exactly my mom’s voice but

“Ok, I got. I’ll make something he’ll like”

“I’m sure anything you do we’ll like”

I know, I know, kissed or didn’t kiss him

Yes, we did, I felt so good while we were kissin’

I’ve never been in somethin’ so cute

Since I’ve worn that pretty glowed suit


Carlos Eduardo Andrade Lima

domingo, março 4

Corpo Seco

Cenário: um parque municipal aberto, com grande variedade de árvores, um lago que o corta por toda a extensão e algumas esculturas.

Personagens: três moradores de rua(uma senhora, uma menina, um homem) e um ser sobrenatural(o lendário corpo seco)

Ato único

Uma senhora e uma menina caminham procurando abrigo. Para tanto, elas têm de atravessar o parque municipal.

Senhora - Tá vendo essas árvore?

Menina - Sim.

Senhora - Tá escutando elas?

Menina - expressão de surpresa - Não.

Senhora - Presta atenção.

Senhora e menina silenciam e fazem o formato de concha com a mão direita, levando-a até o ouvido. Um sussurro sibilante é ligeiramente percebido. A senhora balança a cabeça lentamente para cima e para baixo, gesto repetido pela menina confirmando que ouvira o mesmo som.

Senhora - É ele recebendo castigo.

Menina - Ele quem?

Senhora - Um Corpo Seco.

A menina estampa perplexidade no rosto.

Senhora - Nunca ouviu falá de um Corpo Seco, minina?

Menina - Não.

Senhora - Você conhece a sua mãe?

Menina - sem entender o motivo da pergunta - Não também.

Senhora - E o que você sente ou imagina da sua mãe?

Menina - baixando o olhar, que encheu de lágrimas - Eu sinto saudade e amô. Sinto falta dela pra cuidá de mim.

Senhora - Pois é assim que deve de sê, sim. - sentencia antes de fazer uma breve pausa - Imagina alguém que conhece a mãe, mora com ela. A mãe cuida, dá carinho, amô, alimenta e tudo mais, e mesmo assim essa pessoa judia da mãe, xinga e até bate nela!

Menina - olhos arregalados, incrédula - Mas existe alguém assim, que faz isso?

Senhora - É, existe sim. Mas depois de algum tempo essa pessoa acaba existindo não existindo.

Menina - Como uma pessoa existe e não existe?

Senhora - Tá vendo esse lugá cheio de árvore que a gente tá passando por ele essa hora tardia que a gente devia de tá dormindo em vez de tá perambulando pela rua sem rumo, porque a gente não tem aonde ficá direito?

Menina - assustada - Que que tem?

Senhora - sussurrando alto - Esse lugá serve de prisão! Uma o otra árvore é como se fosse uma cela guardando uma dessas criatura, judiadô de mãe.

A menina olha à sua volta, colocando as duas mãos na boca como se quisesse fazer silêncio para não despertar atenção.

Senhora - A gente não devia de tá passando aqui. Eles fica só esperando alguém passá perto pra podê atacá, se alimentá. Quando alguém passa muito perto da árvore que eles tá, eles tenta atacá pra sugá o sangue. É, é de sangue que eles se alimenta. Os bicho é todo enxugado, parece até que é fraco e quando a gente tá distraído, eles dá o bote. Eles vive nessas escuridão.

Menina - tremendo de medo - Vamo saí logo daqui.

Senhora - Vamo sim. E bem longe dessas árvore. Eles já pegaro muita gente discuidada. Sabe essas pessoa que tá disaparecida, que ninguém consegue achá? Hômi, mulhé, criança abandonada e até que de vez em quando também some uns bicho que costuma ficá nessas banda?

Menina - cada vez mais amedrontada - É. Sempre tem gente sumindo e ninguém sabe aonde foi pará.

Senhora - Um monte dessas pessoa é vítima dos Corpo Seco. Eles leva tudo imbora. Suga o sangue e some ca pessoa e ninguém mais vê.

Afastando-se das árvores, as duas seguem o caminho apressadamente, olhando em todas as direções. Um arrepio fê-las olhar para trás. Viram um vulto rondando uma árvore. O primeiro instinto delas foi correr, porém petrificaram-se com a imagem alcançada pelo olhar. Imobilizadas devido ao corpo ter sucumbido ao pavor, presenciaram o acontecimen-to de uma lenda que não deixa rastro: o Corpo Seco alimentando-se de um homem que passara perto da árvore, destroçando-o. Acometidas pelo show de horror, e pelo medo de acontecer o mesmo com elas, conseguiram correr e deixar o local para trás. Quando estavam bem distantes, pararam para descansar, ofegantes.

Senhora - apertando as duas mãos contra o peito - Meu deus!

Menina - A senhora nunca tinha visto isso acontecê?

Senhora - Não, minha minina. E a gente nunca tá pronta pra essas surpresa da vida(...)

André Luis - 2º Período - Letras

Sonho Perdido


Minha mão encontrou a tua

Nossos corpos aproximaram-se

Hipnotizado deixaste-me

Percorri tua pele nua



Meu senso deixou-me só

Nossos sentimentos combinaram-se

Singular fizeste-me

Senti no corpo um nó


Meu lábio procurou o teu

Ofegantes estávamos


Ao aproximarem-se, despertei

E o sonho se perdeu.


André Luis - Letras - 2º Período.

O alho, a cruz e a luz.

Três são os maiores temores de um vampiro conforme reza a lenda. Existem outros, mas esses são os mais recorrentes nas películas assustadoras. O alho, a cruz e a luz. O primeiro citado desconheço os motivos, mas, talvez, o que se diz popularmente a respeito do nobre tempero, quanto a uma certa propriedade de purificar o sangue, seja o motivo; o segundo nos leva a crer que é apenas uma questão de fé, mas, considerando o belo filme de F.F. Coppolla baseado na obra de Bram Stocker, “O Drácula de Bram Stocker”, a cruz é um tormento para VLAD DRACUL pelo pregresso envolvimento deste com a causa cristã de expansão de seus domínios, dizimando, até mesmo com requinte de crueldade, todos os seus oponentes e a posterior revolta contra aquele sistema em que acreditava e servia, inclusive amaldiçoando seu símbolo maior; já o terceiro item, a luz, é, a meu ver, extraordinário, absolutamente irresistível.

Se os dois primeiros elementos têm a capacidade de afugentá-lo, evitando assim a aproximação mortal com o nosferatu, já em contato com o terceiro elemento o “empalador” é incinerado. Interessante que a luz pulverize criatura tão poderosa – tem a força de mais de dez homens, hipnotiza apenas com seu olhar, transforma-se em outras criaturas (morcegos, ratos, feras), voa e outros poderes.

Para quem teve a oportunidade de assistir o incrível filme de F.F. Coppolla percebeu que o Conde Vlad Tesek Dracul não nasceu sorvedor de sangue, embora tenha derramado bastante de seus inimigos; quem lhe trouxe á luz não foram às trevas, embora suas sombras fossem o que o guiava. Tesek - o empalador, Dracul - o demônio vai aos poucos se deliciando com o sofrimento que ele próprio impingi a seus inimigos, aos poucos vai se aprofundando na escuridão, até culminar em uma simbiose onde as trevas e o próprio Vlad se tornam uma só coisa. O resultado dessa osmose é o fato curioso de que o Conde vive um estado de morte: é frio como um cadáver, mas sedutor; deseja a vida que não tem, sugando todo o sangue alheio. Mas está morto e parece não se dar conta. Seu viver, ou melhor: seu morrer é uma angustia permanente e uma ausência de descanso eterna. Jamais poderá ver o sol.

Em contato com a luz Dracúla entra em combustão e, numa agonia dilacerante, virá cinza, ou seja, a meu ver a claridade é o único elemento que revela a real condição dos vampiros: estão mortos. Vivem amedrontando os outros com suas fachadas de monstro; escondem-se na escuridão; não sabem se relacionar, apenas escravizar; são incapazes de amar; são desesperadamente solitários; estão mortos. Querem esconder essa situação de qualquer maneira e perpetuar o engano e o auto-engano. Mas não resistem à luz, esta expõe e liberta, mostra o estado real e liberta de ter que continuar a viver uma “morte” amedrontadoramente mentirosa.

A dor que o fulgor lhe proporciona é a inevitável dor de quem precisa experimentar a verdadeira liberdade e o descanso que dela advém.

Nós não nos transformamos em morcegos, nem tampouco dormimos em caixão, estamos longe de drenar todo sangue de um outro ser humano (às vezes não falta vontade). Contudo, em alguma medida, alguns de nós se parecem com esses fictícios seres. Num certo sentido, em algumas circunstâncias, somos arredios como os tais e igualmente capazes da mais cruel das crueldades; queremos ficar escondidos e de igual modo adoramos os jogos de sedução; às vezes canonizamos nossas sombras e santificamos nossos defeitos de caráter. Também, não é mesmo verdade, que não nascemos, assim, tão dissimulados. A verdade é que vamos acostumando-nos com os acontecimentos, fazendo concessões a nossas pulsões mais egoístas, ‘egocentrizando’ as relações com a naturalidade do frio no inverno. Lá pelas tantas toda aquela inocência inicial, aqueles sonhos idealistas, aquela crença na bondade da vida se esvai e tudo o que pode restar do sujeito é uma enganosa imagem de poder ou de inteligência ou um “charme” qualquer. Assim quando olhamos para o espelho não conseguimos reconhecer a realidade de nós mesmos – esta está ocultada, negada, sufocada – tudo o que vemos é o nada de nós mesmos.

Nesse sentido, não é que em muitos de nós mortais a luz tem basicamente o mesmo efeito. Não a luz do sol, mas a LUZ de Deus.

Em contato com a “lâmpada para os meus” dá uma queimação danada nas entranhas, tenta-se fugir, evitá-la de qualquer maneira. Mas ao estar em contato com o SOL DA JUSTIÇA o personagem (figura dramática) foge, deixando em cena o ator sem a lembrança do texto, sem fala, nu.

Como tentamos evitar esse confronto!

Criamos pitbulls para evitar aproximação; maquiamo-nos pesadamente; modelamos, em nos mesmos, músculos extraordinários para intimidação do próximo; cortamos e inserimos elementos do e no próprio corpo; compramos coisas belas e caras para impressionar; nos isolamos; negamos; fugimos; mentimos; nos dopamos; agredimos; aumentamos o barulho interior. Tudo por que queremos manter oculto em que estado da alma nos encontramos. Somos amedrontados e amedrontandos.

Mas aí, um dia, o SOL rompe o frágil telhado de nosso auto-engano e irrompe com sua
luz no seio das trevas. Tudo se incendeia. As auto-ilusões viram pó e somos redentoramente expostos. É o fogo purificador. É verdade, não há como manter com aparência de vivo o que é morte. A morte não resiste esta luz.

Pai das luzes lança tua luz sobre todas as áreas da minha vida.

Guido Jesus

Rio, 14 set 2005.

Bravos brandos e ritos de uma ópera inacabada.

Ontem me lembrei, de tudo que passamos
uma lágrima escorreu pela minha face
Mostrou tão claramente o quanto fostes para mim

Tu eras das belas intocável
Das perolas a mais formidável
E como mágica quebrada saiste de mim

Choro o pranto da noite
Mergulhado na penumbra
Emociono-me em saber o quanto fiz mal
o quanto eu não soube aproveitar

Agora tens em minha lápide o maior de seus troféus
e na festa das almas apenas tenho histórias a contar
Veja que feitiço poderoso que me deixa sem palavras

Como no vale das sombras da morte
Temo apenas ser tomado por tudo aquilo novamente
Oh, intocável peróla!
Oh, Magnânima senhorita!
Porque fizestes de mim sua maior conquista ?
Porque tomaste meu coração em consignação ?
e devolve me despedaçado, és a mais rara entre as raras
A de beleza mais farta, e usas disso para se vingar de mim

As vezes sinto falta de apenas uma palavra, de uma frase,
mas principalmente falta de saber que amanhã estaria com você
mas desta certeza não te privo minha preciosidade

Do mesmo jeito arrebatador com que me apareceu
se foi deixando, acima de tudo as lembranças do tempo
em que era fácil me sentir feliz, apenas olhar para ti
do tempo em que o céu era mais azul, o sol mais brilhante
do tempo em que vivias no meu coração, ou melhor do tempo em que
eu estava vivo.

Rabecas e ocarinas soam as ultimas notas da ópera
que as poucos se acaba, Ouve-se brandos, e sussurros
lembranças e comentários, o fim está próximo
Todos se preocuparam em tomar seus lugares
e nada restou a mim, apenas permanecer reflexivo
e olhar, como tudo se acaba tão facilmente

A luz se apaga, me espanto em ver como tudo se vai
tão rapidamente, já não sei se sou o mesmo
Já não sei se tenho coração, se respiro, ou se vivo
pela esperaça de te ver outra vez.


Lucas Saad - LET 101 - Piedade, 1º período.