domingo, abril 15

Uma Festa


A chegada. Lugar sóbrio, formal. Grandes portas de vidro levemente escurecidas impedem a visão nítida do lado de dentro, e abrem-se automaticamente ao pararmos defronte, gentilmente convidando a entrar, mostrando a grandiosidade e o charme do local com um interessante, antigo e raro caminhão elétrico enfeitando o caminho.

Ao adentrarmos, começamos a ouvir a música contagiando o ambiente de confraternização. Música que embala a dança. Esta que movimenta o corpo conforme o ritmo daquela, combinando harmonicamente o conjunto de braços, pernas, sorrisos e abraços com o dos violões, pandeiro, cavaquinho, cuíca, não esquecendo das vozes.

No palco, o cavalheiro conduz a dama. Compasso marcado, passos afinados, cuidadosamente elaborados. Até os mais desajustados “brigam” entre si, na tentativa de acertar o ritmo.

Descontração, alegria, euforia. Ninguém é baixo ou alto, gordo ou magro, forte ou fraco, de uma etnia ou de outra. O aroma da felicidade envolve todos, indiscriminadamente.

A dama de preto imprime outro significado à cor, que nem de longe lembra o luto. O gorro engraçado e brilhante marca o estilo do cavalheiro. A de lilás e o seu par não se importam em errar o passo, ao não se encontrarem. Aliás, o erro não existe, dá lugar à tentativa não concluída. Braços ao alto. Pernas que se cruzam, descruzam, uma atravessa a outra, e paralelam-se para logo em seguida dar um passo pra frente e outro pra atrás.

De início a música era tocada por um aparelho eletrônico. Depois ela foi conduzida de forma humana, ao vivo, carregada de emoção. As mãos batem e dedilham, enquanto a voz é aumentada pelo microfone. Novos integrantes são adicionados ao grupo, acrescentando sons inéditos.

A visitante que chegou tímida foi envolta pela emoção e mostrou habilidade dançante, anteriormente negada ou reduzida.

O visitante assistia contido, acompanhando a batida com o pé, que não desrritimava. O sorriso estampava facilmente o rosto, a todo instante. A dança trouxera boas lembranças. No fim, ficou o gosto de quero mais.

André Luis :[ 2º período, Letras CAN/noite ]: