Complexidade da loucura
André Luís - Letras
Livro constituído apenas de textos, sem notas explicativas nem comentários.
Diário do passeio de fim de semana para Ilha Grande (na verdade, um resumão)
Data inicial: Quinta-feira, 05 de abril de 2007
Data final: Domingo, 08 de abril de 2007
Feriado: Semana Santa / Páscoa
Parte I
Sonhado vários dias antes, cuidadosamente planejado. Consultas infindas ao sítio www.ilhagrande.org. Previsão do tempo. Previsão dos gastos. Ligações e ligações. Resolvido: vamos à Ilha Grande no feriado da Páscoa. Terceira tentativa de um, primeira do outro. Aquele convidou uma terceira pessoa que conhecia a ilha por ter ido algumas vezes ao local. Em cima da hora, ela desistiu. Fomos os dois, rumo ao desconhecido. Ficaríamos na casa de um colega de trabalho, por este morar mais próximo do lugar onde teríamos de ir. Centro da cidade do Rio de Janeiro, dezoito horas e trinta minutos. Saímos. Passamos numa loja de mantimentos. Em seguida, embarcamos no ônibus que levou-nos a Campo Grande; eu, como de costume, todo enrolado pra carregar uma mochila e uma bolsa de viagem com minhas tranqueiras guardadas! Vinte e tantas horas, chegamos. Algumas horas depois, esperando na rodoviária, decidimos partir, eram vinte e duas horas e outros tantos minutos. O plano não funcionara. O ex-colega de trabalho deixou-nos na mão. Procuramos informações sobre como proceder para chegarmos a Mangaratiba, local de onde parte a barca para a ilha. Depois de alguns minutos caminhando e perguntando, conseguimos embarcar no ônibus para Itaguaí, a van que apareceu antes não faria outra viagem para lá, e fomos informados que teríamos de ir para Itaguaí e de lá para Mangaratiba. Última condução de Campo Grande até Itaguaí. O despachante informou-nos que provavelmente conseguiríamos chegar a tempo de embarcar no último ônibus da linha Itaguaí x Mangaratiba, às onze horas e quinze minutos. Chegamos exatamente na hora em que o ônibus daria sua partida em direção a Mangaratiba, nosso objetivo. Entramos. No meio do caminho, uma pequena confusão. O ônibus lotou. Lote de pessoas espremidas umas nas outras. O mau humor quis tomar conta do ambiente. Palavras soltas transbordavam em todas as direções. Umas brincalhonas, outras extremamente esdrúxulas. Todas ficaram engraçadas. Um acidente deixou-me perplexo: uma Kombi virada de cabeça para baixo na estrada, e, graças a Deus, todos os passageiros intactos, até onde meu senso pôde perceber. Longa viagem! Finalmente chegamos a Mangaratiba. Ao sairmos do ônibus escutamos uma voz anunciando uma barca que estava partindo naquele momento para Vila do Abraão, porta de entrada da Ilha Grande. Mijamos e pela quarta vez consecutiva embarcamos numa condução. Ajeitadas as bagagens, assentamo-nos na embarcação clandestina, que não demorou muito a partir. Viagem tranqüila, a não ser pelas quase viradas do barco, em que a água ameaçava entrar...e pelo condutor, que não sei de onde ele tirou a idéia de atracar na praia! Quase tivemos que descer do barco para empurrar, ainda bem que deu tempo de ele “acordar” e contornar a situação, atracando no píer, o local ideal!(talvez tenha sido o cheiro da marola de maconha que rolou no meio da viagem a afetar o cérebro dele). Algumas horas passadas e avistamos nosso objetivo maior: a ilha. Madrugada de sexta-feira; e para completar a situação a vila estava sem luz. Breu e escuridão eram o que tínhamos pela frente. A falta de conhecimento do local fez-nos andar em busca do abrigo: o camping. Sem o endereço, fomos tentar achar, mas antes fizemos uma pequena pausa para sentar e comer algo. Caminhamos até uma pequena ponte e resolvemos perguntar para o vendedor de hambúrguer, o qual apontou-nos a direção do Santana’s Camping, muito atencioso. Fomos recepcionados e direcionados à barraca que abrigaria-nos. Sorrimos e depois de todo o empenho empregado para chegar ao local, descansamos. Antes de descansar, o banho acompanhou-me. A mesma roupa, meia e tênis do dia inteiro de quinta-feira ainda encontrava-se pendurada no meu corpo, clamando insistentemente para deixá-lo. Após o merecido e esperado banho, o sono. Colchonete posto, tranqueiras guardadas. O travesseiro foi o atrativo principal daquele momento.
]: André Luis, Letras, CAN/noite, 2º período :[
A chegada. Lugar sóbrio, formal. Grandes portas de vidro levemente escurecidas impedem a visão nítida do lado de dentro, e abrem-se automaticamente ao pararmos defronte, gentilmente convidando a entrar, mostrando a grandiosidade e o charme do local com um interessante, antigo e raro caminhão elétrico enfeitando o caminho.
Ao adentrarmos, começamos a ouvir a música contagiando o ambiente de confraternização. Música que embala a dança. Esta que movimenta o corpo conforme o ritmo daquela, combinando harmonicamente o conjunto de braços, pernas, sorrisos e abraços com o dos violões, pandeiro, cavaquinho, cuíca, não esquecendo das vozes.
No palco, o cavalheiro conduz a dama. Compasso marcado, passos afinados, cuidadosamente elaborados. Até os mais desajustados “brigam” entre si, na tentativa de acertar o ritmo.
Descontração, alegria, euforia. Ninguém é baixo ou alto, gordo ou magro, forte ou fraco, de uma etnia ou de outra. O aroma da felicidade envolve todos, indiscriminadamente.
A dama de preto imprime outro significado à cor, que nem de longe lembra o luto. O gorro engraçado e brilhante marca o estilo do cavalheiro. A de lilás e o seu par não se importam em errar o passo, ao não se encontrarem. Aliás, o erro não existe, dá lugar à tentativa não concluída. Braços ao alto. Pernas que se cruzam, descruzam, uma atravessa a outra, e paralelam-se para logo em seguida dar um passo pra frente e outro pra atrás.
De início a música era tocada por um aparelho eletrônico. Depois ela foi conduzida de forma humana, ao vivo, carregada de emoção. As mãos batem e dedilham, enquanto a voz é aumentada pelo microfone. Novos integrantes são adicionados ao grupo, acrescentando sons inéditos.
A visitante que chegou tímida foi envolta pela emoção e mostrou habilidade dançante, anteriormente negada ou reduzida.
O visitante assistia contido, acompanhando a batida com o pé, que não desrritimava. O sorriso estampava facilmente o rosto, a todo instante. A dança trouxera boas lembranças. No fim, ficou o gosto de quero mais.
André Luis :[ 2º período, Letras CAN/noite ]:
Gitarač critica algumas mulheres que ficam com homens só pelo dinheiro.
Para ser liberal não é preciso se vender.
Pelinja é uma forma de passar para a fonética croata uma palavra que para mim é sinônimo de "bost"
Not for Sale
Pelinja says:
C'mon girl stay with me
I' ve got all that you need
I've got more than 9000 greens
Biggest concentration of #50 I've seen
So what are you waitin' for
Come on and be sure you´ll have way more
Suzana says:
I'll tell ya why I'm waitin' for
Hey you stupid I'm not a whore
I don't want your money you dumb
I want love do you have some
Oh no another one of those men
Nothing against receiving gems
But only this is not enough
Material dreams fail without love
Do you know what I'm talkin' 'bout
I have my bucks too so get out
Go away rich dad's son
I don't want your money you dumb
I want someone who gives me protection
And specially who gives me affection
If I wanted fun I'd party with my fans
But now I want a serious man
Not one who tries to buy me
If you told me I'd let you try me
But you've been bad and don't deserve it
You stupid don't you know you've hurt me
If I wanna have fun
I'll have some
I am not for sale
Don't say what you don't
You won't hear what you don't want
I am not for sale
You won't buy me with pearls
You won't buy this girl
I am not for sale
Pelinja says:
C'mon girl don't be fool
I'm sharin' all with you
Lots of greens for your delight
I can see the bright in your eyes
So what are you waitin' for
Come on and be sure you'll have way more
Suzana says:
I don't care 'bout you have but what you feel
Could seem a beautiful pair but it ain't real
How can a piece of paper worth so much
People lose their minds for a few bucks
In beginning you think she's likin' you
A few weeks she can't stop fightin' with you
The end you know I don't need to tell you how
It won't be good there's still a doubt
But now is late your soul have been sold out
Just a few weeks and it's all over oh wow
Money
The more they have it
The more they want it
The less they have it
The more they want it
Pelinja says:
I have it too but all I want is you
Suzana says:
If I wanna have fun
I'll have some
I am not for sale
Don't say what you don't
You won't hear what you don't want
I am not for sale
Dollars won't buy me
This collar uh just let me try it
But I'm not for sale
I ain't I ain't gonna change my mind
Not even a test drive
Carlos Eduardo Andrade Lima
Escondidas na sombria vida estamos eu e você
Solidão e covardia, que bela dupla fazemos
Será que voaremos nesses nossos momentos
E mesmo que voemos, será sempre esse vôo cego.
Casal da diferença que se parece. Dupla do tato!
Nos procuramos e num embate de corpos candentes de fúria
Desejo te ver, te sentir, mas dá um medo, covardia.
Não consegue enxergar a oportunidade do novo dia.
Santa paz? Que nada! Santa agonia, santa paciência. Que espera!
Eu me afundo num negro mar de omissões, saudades e submissões, solidão.
Essa sou eu, esse sou eu. Fadado ao desprezo, num desvelo
Noites de vela em busca de apenas um toque seu.
Sem juízo, sem remorso, mas não há solidão sem culpa, sem ódio
Meu trágico destino, mas por quê não dizer nosso?
Longe estou para saber, fora da órbita normal, sozinho
Certamente o mais lindo par do mundo, embora seja na minha opinião
Par de vagabundos, desnudos, fracos, estúpidos, sem vida, sem escúpulos
Mas ainda em noite que não clareia o nosso amor nos incendeia.
28.03.07
12:07 (noite)
João Claudio de Lima Júnior
Sou só mais uma, das que você
diz tudo bem? e vai embora
Diz-me amor e joga fora?
(nesse jeito de gostar que insinua)
que apenas lamenta que não tenha
visto, que sereis meu é uma lenda
que nem se eu for perfeita te
conquisto.
que amar sozinha não é o tipo
desejado de felicidade.
um dia serás apenas saudade mesmo
quando eu te ver e sentir-me tentada
a largar-me da realidade, a perder-me
outra vez em teus sonhos.
abraçar-me de vez a insanidade afinal de contas
você ainda não me disse...o que fomos na verdade?
Ela me carrega para onde não quero ir
Todos os dias, incansavelmente, manifestação
Do que a loucura quer viver, frustração
Pela prisão onde a mantenho quieta; fugir
Tento eu conceber; sobriamente, assisto
Enquanto ela se debate, num misto
De agonia, tormento, sofreguidão
Nessa luta de forças, a derrota quase
Encontra o caminho da vitória, fase
Em que tudo parece perdido; estaco
Esperando, desolado, o resultado da batalha
Travada, sanguinária, que retalha
E traz a mim o que deixei para ela
André Luis :[ Letras, 2º período, CAN/Noite ]:
"Bip, bip, bip"…
Meu pensar
Infinidades e infinitudes
Elocubrações enfermas
Pressão no centro do peito
O pensamento doesn't stop
O pensamento can't stop
É vento de brisa, mansinho
É chato, doente, é frio.
Pensamento é como seu pai
É a face oculta do homem revelado
Dos olhos e da boca gotas escorrem
Vermelhas, quentes, são lavas
Vulcão adormecido no peito
Enquanto isso apenas lágrimas salgadas
Intocável, indolor, cerrado
Resultado de crostas de antigas dores
Até quando oculto estarás?
Olhe para os quadros de Kahlo
Sua vida, sua dor, sua arte
Até quando te esconderás?
Nessas linhas começa a estremecer
Nos versos se há de mostrar
A morte, o poeta, o vulcão a explodir
Muita gente vai partir
As fronteiras vão se estender...
"Biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiip"
Joao Claudio de Lima Junior
O amor é olhar e ver, sentir e pressentir
Sem nada dizer, tudo se entender
O verdadeiro se compreende, atende aos desejos
Até a alguns meio sórdidos.
O amor se preocupa, se ocupa do banal, do trivial
Faz coisas insanas, chama atenção, chora
E ri, ri de gargalhar, de fazer cair no chão
Também se lamenta. Ah! E como se lamenta!
O amor não é só isso, não pode ser
coisa abstrata, ingrata e incondicional
O amor trabalha com homens, humanos
Homens, humanos, são burros, somos muito burros!
O amor precisa entender, que ele precisa mesmo é
Simplesmente dizer.
É necessário fazer, mostrar, pedir, jogar na cara
O amor precisa parar de se repetir.
Para o amor não tem fórmula
O melhor é não ter regras,
Mas é preciso ter ética,
Mas o que será a ética do amar?
Será que o amor se esgota?
Não sei, para o amor nem há respostas
Só sei que essa palavra se repete e ninguém a entende
Já não sei se quero entender, mas quero um amor que não me deixe mais sofrer.
João Claudio de Lima Júnior
Olhos fechados. Dei as costas para a vida, não quero ouvi-la respirar. O mundo tem estado em ruínas por estes dias, lentamente as paredes e o céu desmoronam e as cinzas se espalham pelo ar. Desabando a cada segundo, a cada grão que cai na ampulheta. Desmontamo-nos de nossos restos de suspiros, pulsações e alegrias tristes. Nossa máscara pálida e manchada não esconde mais o interior pútrido de nossa natureza.
Olhamos para o céu cinzento, pela janela sem vidro que embaça ao arfar de nosso hálito ácido. Nos trancafiamos em nossas torres com nossas trancas enferrujadas, pintando nossos anseios com o pó dos escombros de nós mesmos. Perde-se o que nunca se teve, escorrendo pelos dedos como areia e desfazendo-se ao vento como vapor. Nos atiramos em fogueiras, mas a carne não queima, apenas por dentro secamos, um deserto desbotado e tão silencioso quanto uma repetição de estrondos que se perdem no eco. A garganta se contorce com as entranhas, o coração atrofiado, mesmo assim se espreme, dilata e bombeia essa fumaça negra. Qual é a pergunta? Qual é a resposta? Olhe no espelho trincado bem dentro dos seus olhos opacos e procure. Tudo que está escrito é verdade. Na verdade, a verdade não existe.
Acho que meu presente caiu. Caiu no abismo e se quebrou.
Marcadores: prosa gótico
Possuir-te-ei
Meu braço te paralisará
Consumir-te-ei
Meu canino te sugará
Dizimar-te-ei
Minha força te destroçará
Arrependimento não te salva
Minha querida Dalva!
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